O glaucoma é uma condição oftalmológica séria, caracterizada pela perda progressiva da visão, podendo levar à cegueira irreversível se não for tratada adequadamente.
Existem dois tipos principais: o glaucoma de ângulo aberto e o glaucoma de ângulo fechado.
Muitos pacientes com glaucoma também possuem outras condições de saúde e utilizam diversas medicações sistêmicas, como remédios para hipertensão, diabetes e anti-inflamatórios.
Uma dúvida comum é se essas medicações podem agravar o glaucoma.
Fatores de risco importantes para o aparecimento do glaucoma incluem idade avançada (acima de 60 anos), aumento da pressão intraocular, histórico familiar, alta miopia, doenças cardiovasculares, diabetes, cigarro, e variações na pressão arterial.
Além desses, certos medicamentos também podem influenciar a pressão ocular:
Medicações que aumentam a pressão ocular
CORTICOSTEROIDE
Essas medicações são muito úteis no tratamento de um largo espectro de doenças, desde alergias e doenças respiratórias até alterações hematológicas, reumatológicas, gastroenterológicas e, inclusive, oftalmológicas (como a Uveíte).
O corticosteroide é conhecida por aumentar a pressão ocular e aumentar o risco de glaucoma, especialmente em pacientes que já tem histórico familiar.
Os sinais de elevação da pressão começam dentro de 3 a 6 semanas depois que começa o uso do medicamento e a tendência é de diminuir e normalizar dentro de 1 mês depois de suspender o corticosteroide.
Medicamentos que contém corticoides incluem, por exemplo: a Prednisona, Hidrocortisona, Prednisolona, entre outros
SULFONAMIDAS
O Topiramato é um tipo de sulfa monossacarídica de uso oral usado primariamente como anticonvulsivante e também tem sido usada no manejo de enxaqueca.
Desde a sua aprovação como anticonvulsivante, diversos relatos tem sido publicados relacionando-o a efeitos oftalmológicos adversos.
Os achados patológicos incluem desde glaucoma secundário à fechamento de ângulo, miopia transitória além de outros sinais e sintomas oculares.
ANTIDEPRESSIVOS
São os medicamentos da classe dos Inibidores da Recaptação Sérica de Serotonina (IRSS) e dos Tricíclicos são geralmente utilizados no tratamento de quadros de Depressão e Ansiedade.
Eles pode causar midríase e levar a um bloqueio pupilar (glaucoma agudo) e isso é importante em pessoas com propensão ao fechamento do ângulo.
Podem também aumentar a pressão ocular porque provoca aumento da produção de humor aquoso.
Medicamentos dessas classes incluem: Fluoxetina, Paroxetina, Sertralina, Citalopram, Escitalopram, Amitriptilina, Imipramina, Bupropiona
AGONISTAS ADRENÉRGICOS
Alguns antigripais estão incluídos aqui.
Incluem a Adrenalina (útil no tratamento de diversas condições médicas como a Anafilaxia e a Asma grave), a Efedrina e a Pseudoefedrina, utilizadas em medicações para gripes, resfriados e alergias, como por exemplo o Allegra D®, o Tylenol sinus® e o Desalex D12®.
Essa classe de medicamento pode elevar a pressão ocular, seja por aumento da produção de humor aquoso bem como a midríase provocada pela medicação.
Por outro lado existem medicações que podem diminuir a pressão ocular como por exemplo:
Medicações que diminuem a pressão ocular
BETA BLOQUEADORES
Os medicamentos desta classe são normalmente utilizados no tratamento da Hipertensão (pressão alta) e de outras doenças cardiovasculares.
Por isso é importante tomar cuidado com a retirada dessas medicações, fato este que pode aumentar a Pressão Intraocular e desencadear ou piorar um Glaucoma.
Medicamentos dessa classe incluem: Propranolol, Atenolol, Bisoprolol, Carvedilol, Carvedilol, Nebivolol, Metoprolol, entre outros.
ESTATINAS
As estatizas são a primeira linha de tratamento para hiperlipidemia (triglicérides e colesterol).
As estatinas tem sido associadas com um risco diminuído de desenvolver glaucoma talvez pela produção de óxido nítrico, que ajuda na perfusão adequada do nervo óptico e da camada de fibras nervosas.
Curiosidade: CANABIOIDES
Os canabioides podem abaixar a pressão porque aumentam a saída ou diminuem a produção de humor aquoso.
Pelos efeitos colaterais neurológicos e cardiovasculares, bem como duração muito curta de efeito, ele não é indicado para o tratamento do glaucoma.
Se você tem predisposição ao glaucoma e precisa usar alguma dessas medicações, é essencial consultar um oftalmologista para avaliar os possíveis riscos e adequações do tratamento.
A conscientização sobre a relação entre medicamentos sistêmicos e a saúde ocular é crucial para prevenir a progressão do glaucoma e preservar a visão.
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